Informações valiosas sobre os benefícios da amamentação para mãe e criança foram recolhidas numa análise sistemática da literatura pelo RIVM dos Países Baixos.

Para avaliar novos conhecimentos sobre os benefícios da amamentação para a saúde - tanto para a mãe como para a criança - o Instituto Nacional de Saúde Pública e Meio Ambiente (RIVM) dos Países Baixos analisou sistematicamente a literatura relevante e os artigos analisados por pares. 

Resumiram informações de 44 artigos analisados por pares. Esta análise centrou-se nos países ocidentais, com a força das provas baseada em critérios da OMS - que variam por ordem de importância, de "convincentes", "prováveis", "possíveis" e "insuficientes" a "contraditórias" e "sem provas".

Menos riscos para os bebés

Provas convincentes demonstraram que ser amamentado aquando bebé reduz o risco de infeções dos tratos gastrointestinal e respiratório, bem como infeções auriculares (otite média). Estes efeitos continuam na primeira infância. 

Um nível mais baixo na escala da OMS - mas ainda assim impressionante - é a provável prova do efeito protetor da amamentação materno sobre o risco de obesidade, asma e pieira na criança, especialmente na infância precoce. Provas prováveis também mostraram os benefícios da amamentação no desenvolvimento intelectual e motor de uma criança. 

As crianças foram consideradas protegidas, com possíveis provas, contra cancros da infância, doença de Crohn, colite ulcerativa, e diabetes mellitus tipo 1 e 2, bem como menor risco de síndrome de morte súbita do lactente e leucemia.

Informações valiosas

A possível proteção pela amamentação contra doença inflamatória intestinal, infeção por helicobacter pylori e diabetes mellitus tipo 2 é uma nova perceção obtida neste relatório. No caso da diabetes mellitus tipo 2, a proteção pode ser devida ao efeito da amamentação na obesidade mais tarde na vida, pois essa forma de diabetes está relacionada à obesidade.

Em muitos casos, a proteção oferecida pela amamentação pode ser devida aos anticorpos contidos no leite materno e no colostro. No entanto, o relatório mostrou que a amamentação não protege os bebés de todas as infeções. Por exemplo, verificou-se que a prova de um risco reduzido de infeções do trato urinário e de gripe era insuficiente. 

Em comparação com o relatório anterior do RIVM, as provas de proteção contra doenças atópicas e eczema caíram de possíveis/prováveis para contraditórias. Esperamos que novas e melhores pesquisas possam levar a melhorias nos nossos conhecimentos sobre o efeito da amamentação nestas condições.

Benefícios para as mães

As mães também obtêm certos benefícios com a amamentação dos seus filhos. Mesmo que as provas possam não ser "convincentes" na escala estabelecida pela OMS, houve provas do nível seguinte: provas prováveis.

Neste caso, foram encontradas provas prováveis de nível de proteção contra a diabetes mellitus tipo 2 e a artrite reumatoide. A análise também mostrou possíveis provas de que a amamentação poderia proteger as mães contra cancro dos ovários e fraturas da anca. 

A novidade neste relatório foi a descoberta de provável proteção contra hipertensão arterial e possível proteção contra retenção de peso pós-parto. Por outro lado, não foram encontradas provas de proteção contra fadiga pós-parto e sintomas de depressão, o que realça a importância de outras formas de cuidado ao lidar com estas condições. 

As provas sobre a proteção contra o cancro da mama pré-menopausa mudaram de possíveis/prováveis no relatório anterior para contraditórias. As provas de cancro da mama pré-menopausa também desceram de nível para contraditórias. Esperamos que futuras pesquisas melhorem os nossos conhecimentos sobre essas condições em relação à amamentação.