Como se não fosse suficientemente complicado gerir a doença pulmonar obstrutiva crónica (DPOC), pode ficar surpreendido em saber que, frequentemente, quem tem DPOC tem depressão também. De facto, um estudo divulgado na International Journal of Chronic Obstructive Pulmonary Disease estimou que 40 por cento das pessoas com DPOC sofre de depressão clínica.
Um problema é que a depressão pode afetar negativamente a DPOC, agravando-a, de acordo com outro estudo divulgado na CHEST, que verificou que a falta de ar, redução da tolerância à prática de exercício físico e a sensação de desespero aumentavam quando os pacientes com DPOC sofriam de depressão. "Encontramos uma ligação anteriormente desconhecida entre o cérebro e a DPOC", declarou o Dr. Abebaw Mengistu Yohannes, investigador principal e leitor na Manchester Metropolitan University, um perito em DPOC e saúde mental. "A saúde mental pode ter repercussões noutras partes do corpo e, neste caso, exacerba os efeitos negativos da DPOC e o mau prognóstico nos resultados em termos de saúde." Essencialmente, os investigadores pensam que devemos tratar o cérebro para tratar os pulmões e tanto o doente com DPOC como o profissional de saúde devem estar cientes disto, conforme indicado no estudo.
A pesquisa analisou 1589 pacientes durante um período de três anos e determinou que mais de metade não apresentava sintomas depressivos. Quase um quarto dos pacientes foi classificado como permanentemente deprimido, ao passo que 14% desenvolveu depressão no decurso do seu acompanhamento de três anos. Foi pedido aos pacientes com DPOC que completassem um teste de caminhada de seis minutos e uma escala de qualidade de vida durante o estudo. Os que tinham depressão tiveram um pior desempenho em termos de tolerância ao exercício físico e qualidade de vida prejudicada do que os pacientes com DPOC que não estavam deprimidos. No caso de pacientes admitidos para tratamento com exacerbação da DPOC a curto prazo, um rastreio da saúde mental deve acompanhar o tratamento e ser uma parte importante de um plano de gestão, instruções de alta e cuidados de acompanhamento. Os investigadores concluíram que a depressão na DPOC é crónica e não é tratada adequadamente. Estar ciente desta ligação pode ajudá-lo a gerir ambas as condições.
A boa notícia é que a depressão pode ser monitorizada e tratada com êxito, melhorando assim a DPOC, mas deve informar o seu profissional de saúde caso se sinta deprimido ou ansioso. Aprender a viver com DPOC pode também ajudar com ambas as doenças, visto que poderá entender o que está a acontecer nos seus pulmões e aprender técnicas de respiração de gestão que podem prevenir exacerbações e ajudá-lo a manter o controlo da sua respiração. Manter-se ativo ajuda também a gerir a DPOC e a depressão. A prática de algum tipo de exercício físico que consiga fazer ajuda o seu bem-estar físico (fitness), força, flexibilidade e estado de espírito. "É certo que, no caso da DPOC, a prática de exercício físico é importante por inúmeras razões e está provado que melhora os resultados. Assim, se achar que pode estar deprimido, deve tratar disso, iniciar o tratamento e esforçar-se por retomar uma rotina regular de prática de exercício físico. Tudo indica que esta é a melhor maneira de otimizar o seu tratamento da DPOC", afirma Mark Aloia, PhD, psicólogo e Responsável Global na Phillips Health Tech. "A relação entre a depressão e o exercício físico não é de todo específica da DPOC, mas é realçada na doença. O exercício físico ajuda com a depressão em muitos estudos, mas não deve ser considerado uma cura para a depressão", afirma Aloia. Um programa de reabilitação pulmonar ou um grupo de apoio à DPOC pode também ajudá-lo a aprender, com especialistas e outros pacientes, como melhor gerir a sua doença e impedir que a depressão ou episódios depressivos agravem a DPOC. A DPOC é uma doença difícil, mas colaborar cuidadosamente com o seu prestador de cuidados de saúde e estar ciente da ligação à depressão pode colocá-lo um passo à frente.
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